Eram doces as mortes adiadas,
As flores em vasos adormecidas
Com o perfume dos anjos
A encantar festejos.
Lá atrás, no porão das minhas veias
Seguia a procissão com ave-marias
E moleques vendendo amendoins.
Tudo na rua de silêncio lento
Como uma pandorga alheia ao vento.
Eram doces as sortes adiadas,
Quando ao mar jogavam-se flores
E, perdidamente, esqueciam-se amores.
Jogos de bem-me-quer, mal-me-quer,
Em margaridas jogadas ao chão.
Compassadamente as rezas se sucediam
E o dia perdia a cor.
Pássaros acendiam a lua
E a noite enchia-se do mais sublime amor.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Que poema maravilhoso. Digno de um Álvaro de Campos.
ResponderExcluir