segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ode distraída

Embalam-me os teus braços como a fortuna das preces.
Ouço tuas raízes emergir com o vigor da esperança.
Curvo-me aos teus olhos incertos
E aborreço de toda ausência.

Assim como as cores vou sumindo no entardecer das sombras,
Peregrino atento do teu amor de extremada paixão.
Ereto, incansável, fugaz prurido de perfume esquecido.

Não me esqueça que me ponho a escutar
Sons que a natureza não desperta, odes de um poeta adormecido.
Não me recuses que me ponho a chorar
Recompondo a pintura deste quadro sonegado.

Seguir e seguir como a torrente de vento sobre a relva.
Fugir dos desgostos nos teus braços
E molestar as memórias de uma noite sonâmbula...
Assim prossegue a lida de um desafio sem ritmos.

2 comentários:

  1. Fantásticas, irmão amado, as torrentes de violenta ternura que emergem da tua alma...!!!

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  2. Amado da minha vida. És um poeta maravilhoso!

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