segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Carências

Carências. A maior e mais importante delas é a carência de afeição. A vida sentimental é como uma caixa com compartimentos que se vai enchendo da substância de amor, desde a sala de parto. Quando algum compartimento experimenta a falta de carinho, permanece vazio. Aí, em outra fase da vida, reclama atenção. Em geral, na maturidade. Incríveis os jogos de que a pessoa é capaz para tentar preencher aquele vazio. Os extremos do alarido ou do silêncio, em regra revelam as carências. Procure, analise os motivos do comportamento desse sujeito e descobrirá que, em alguma fase de seu crescimento, apresenta um vazio de aprovação. Depois de morrer, gostaria que dissessem: “o Fábio? Aquele Fábio de Bagé? Um grande juiz, um grande professor, um grande advogado?” Isso é, sem dúvida, uma carência que carrego, porque de nada isso valerá quando me for. Pura bobagem. Não terei mais ouvidos. Digam o que disserem e isso não mais me dirá respeito. Minha memória é o que estiver no coração dos outros, se é que em algum deles penetrei. Nada mais. Afinal, quem não tem suas carências?

Um comentário:

  1. Amado, tenha certeza que tu além de penetrares os nossos corações, encheu eles de sentimentos e doces recordações. Em razão disso jamais conseguiremos te esqueçer!

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