terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ainda nas prateleiras

Sigo nas prateleiras e encontro a “Antologia Poética de Neruda”. Lá pelas tantas descubro:

“Yo paseo con calma, con ojos, con zapatos,
Con fúria, con olvido, paso, cruzo oficinas y tiendas de ortopedia,
Y pátios donde hay ropas colgadas de un alambre:
Calzoncillos, toallas y camisas que lloran
Lentas lágrimas súcias.”


É impressionante como algumas pessoas podem usar as palavras por uma forma tão criativa. Do mesmo modo, a música. Acordes sublimes. O futebol: jogadas de mestre, que nunca alguém havia imaginado. Tintas e traços inimagináveis nas telas de Renoir ou Velásquez. Usam-se o idioma, os sons, as pernas, as linhas e tudo vira fantástico aos olhos do profano. É nesse momento que devo relembrar o que está em Irvin D. Yalom no livro “A Cura de Schopenhauer”:

“Talento é quando um atirador atinge um alvo que os outros não conseguem. Gênio é quando um atirador atinge um alvo que os outros não vêem.”

Um comentário:

  1. Maravilhoso, irmão querido. Eu acrescentaria, ainda, o inatingível enigma que se passa entre o fantástico e o sublime, existente nos corações dos apaixonados, tantas vezes, despercebido aos olhos dos outros seres humanos...

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