quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O guarda dorminhoco

Morei numa rua onde havia casas e edifícios e uma guarita com o guarda contratado para zelar pela zona toda. Certo dia ocorreu a vaga para essa função e alguém habilitou-se. Dadas as instruções o candidato ocupou a guarita. Um aposentado que tratava de complementar os proventos. Passada uma hora foi fazer xixi no banheiro que fora posto à disposição num dos prédios. Ao retornar à guarita o rádio do guarda tinha sido furtado. De imediato, dirigiu-se ao síndico pedindo as contas. Sofria do coração e negava-se a trabalhar num local tão perigoso. Agora, resido em outro edifício. Pegava sol a guarita do porteiro. Queixou-se do calor. O síndico, então, mandou colocar insulfilm nos vidros. De fora não se enxergava nada. Breu total. Foi o que bastou para que o vigia noturno se acomodasse em sua cadeira e varasse a sono solto a madrugada. Reunião do condomínio. Indignação total com o dorminhoco. Alguém advertiu que a escuridão na guarita passara a estimular o sono do tresnoitado vigia. Opiniões, discussões mais azedas. E o síndico objetou indignado: se algum ladrão aparecer não verá o guarda dormindo o que se torna essencial para nossa segurança. Nesse momento, um pouco confuso, comecei a desconfiar que estava sendo inútil a reunião.

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