terça-feira, 14 de agosto de 2012

No calor não dá

Não. No calor não dá. A criatividade vai sufocando. A inspiração perde o rumo. O frio. Aí, sim, é possível criar alguma coisa. Já pensaram se Fernando Pessoa morasse numa terra em que se dança forró e a cerveja desce de manhã à noite? Ao invés de “Tabacaria” acabaria por sair outra coisa extremamente quente e chacoalhante. E se Kant pensasse seus imperativos numa praia nordestina, num fim de tarde de domingo? Som estridente, pouca roupa, bebida solta, caranguejos, pastelada. Buggys soltando bebês no asfalto fervente. E assim os imperativos se enredando nas cordas de um violão bêbado. Que imperativo que nada. Tudo liberado. Filhos aos milhares, deixando em pânico o responsável pela fila da reencarnação. Me deixem no frio. Com a minha lareira e toda a filosofia que se aconchega debaixo de uma coberta quentinha. Parece loucura, mas sempre que volto do nordeste acho que Tramandaí não é tão ruim. Ôxe!!!

Um comentário: