terça-feira, 31 de julho de 2012

Almas delicadas

Há pessoas com almas delicadas. Gostam de orquídeas, de outras tantas plantas, de cães e de gatos. São capazes de chorar e sofrer o luto, quando um bichinho desses se vai. Almas delicadas são suaves como a música de Chopin, deixam-se inebriar pelos perfumes e também exalam perfumes, ao surgirem exuberantes no horizonte de um fim de dia. Gordos ou magros, feios ou bonitos, de qualquer cor ou opção sexual, de qualquer credo ou time de futebol, sempre pode haver aí uma alma delicada. Em verdade, Deus ao fazer o homem compensou os seus erros, enviando para a Terra essas almas, que levam paz, acalmam dores, adoçam amarguras. Não é comum, mas acontece. Você vai pegar o elevador e alguém lhe dá a frente. No trânsito difícil surge o motorista que com um sorriso lhe cede a vaga. O colega que desiste da vantagem em seu favor. O homem público que se nega a receber as regalias do cargo. Ah! Aí estão algumas almas delicadas. Sempre dispostas a ouvir, perdoar, renunciar, acariciar e dormir com os anjos, porque com a natureza dos anjos foram criadas. Se encontrar um ser assim iluminado, pare, afague seu rosto, beije seus pés, absorvendo a energia que dá sentido à vida. E siga com a esperança de que ainda vale a pena viver.

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