terça-feira, 30 de abril de 2013

A divina indiferença terrestre

O território da “divina indiferença terrestre”. Fica ali, logo abaixo do joelho, por onde corre o sangue e flui muita energia. Lugar de sabedoria em que se aprende a tirar o peso das costas. E eu aqui dentro da minha cabeça. Milhares de quilômetros desse lugar onde poderia curar tantas feridas. Pensei, pensei bastante em como poderia chegar lá. Mas o meu barco estava ancorado no porto sem poder partir. A maré teria de subir para iniciar a viagem. E isso não acontecia. Foram semanas, meses, anos e a maré não mudava. Triste, desconsolado, quase me dobrei ao conformismo. Porém, uma noite de inverno, lembrando da minha infância, comecei a chorar. Sete dias derramando lágrimas sentidas, que encheram o mar, permitindo que meu navio, finalmente, partisse. E foi assim que empreendi esta viagem, com a sôfrega expectativa de um dia aportar no território da “divina indiferença terrestre”.

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