terça-feira, 16 de outubro de 2012

Hebe charmosa

Sem dúvida, Egenildo era um fã incondicional da Hebe Camargo. Todas as semanas comparecia ao programa da loira charmosa na televisão. E mais: nunca repetia uma roupa. Na verdade, seu salário ia quase todo nas lojinhas onde adquiria o que considerava capaz de atrair os olhares da elegante apresentadora. O tempo foi passando e Hebe não pôde deixar de notar a presença daquele rapaz na fila do meio, sempre atento e entusiasmado. Seus aplausos revelavam extrema emoção. Um dia, porém, depois de alguns anos com a mesma rotina, Hebe observou que seu fã não viera ao programa. Ficou pensativa. O que, afinal, poderia ter acontecido? Terminada a jornada, Hebe chamou a assessoria e indagou se alguém sabia o que teria ocorrido com Egenildo. Esclarecido o problema que angustiava a apresentadora, os agentes entraram em campo e, em seguida, descobriram que a mãe de Egenildo tinha morrido e ele estava a velar a progenitora. Hebe não se conteve. Chamou o motorista e determinou que rumasse para o endereço que haviam fornecido. Daria um abraço no fã de anos, cuja fidelidade tanto a emocionara. Lá no velório todos, cabisbaixos, ouviam o choro insistente do filho, à beira do caixão. Egenildo era muito agarrado com sua mãe e sentira demais o golpe. De repente, Hebe entra no recinto. Aquele cabelo que despertava o mundo. Exuberante como sempre. Com seu vestido branco, que ainda não conseguira trocar. É como se um relâmpago divino tivesse iluminado a sala de tristes sombras. Egenildo, ainda com as mãos da mãe nas suas, exclamou com os olhos esbugalhados: “Hebe!!! Este é o dia mais feliz da minha vida.”

Um comentário: